Um Dia no Tua (Linha do Douro e Linha do Tua)

Julho de 2018.

Esta foi a minha primeira "aventura" visita ao Alto-Douro além da Régua.

Começou uns dias antes quando a minha familia planeava ir almoçar na Régua e eu tinha dito que gostava de ir ao Tua ver a chegada do Comboio Histórico do Douro, que é um comboio tracionado com uma máquina a vapor (as vezes diesel) com motor a funcionar a gas ou gasóleo em vez do carvão, mas ninguem da minha familia queria ir ao Tua.

Dias mais tarde, disseram-me que eu podia ir ao Tua, porque o almoço na Régua foi cancelado por outros planos que os meus pais tinham, então, fui disse que ia no Sábado, então como era Quinta-feira, comecei a gravar um vídeo e no dia seguinte fui ao Pingo Doce de Penafiel compravar provisões.

Comprei bolachas, batatas fritas, etc. e 4 garrafas de 2L de água, mas como só cabiam duas na mochila então só levei 4L e mais alguns pães, maçãs e pêras.

Chegou o Sábado, queria ir no comboio das 8h00 mas os meus pais só me poderam levar à Estação de Penafiel às 9h30 (o outro carro estava emprestado) e fui no comboio das 10h.

Ao longo da viagem fui gravando o vídeo (que pode ser visualizado mais abaixo) e fui apreciando a paisagem e como não sabia se ia chegar antes ou depois da hora (ao Tua) tinha guardado no telemóvel a lista de paragens e ia apagando à medida que o comboio parava nelas, pelo menos até à Régua.

Na Estação de Penafiel, fui ao bar desta mesma comprar o bilhete (a bilheteira estava fechada e quando está fechada então o bar geralmente vende os bilhetes) e no bar me disseram para comprar na máquina de vendas (pensou que eu ia para o Porto nos Urbanos do Porto (UME "Unidade Múltipla Elétrica" da série 3400)) e disse que eu ia para o Tua e me disseram para comprar a bordo do comboio.

Embarquei no comboio Camello da série 592 (automotora alugada à Renfe (tipo a CP mas em Espanha)) e quando entrei reparei que no seu interior em cada carruagem haviam poucos lugares entre as portas o que me fez gostar mais da classe destas automotoras da série 592, pois há outras da outra classe que tem filas e filas de bancos e sem portas o que dá sempre falta de privacidade relaxamento e como gosto de viajar de forma a ter um pouco de privacidade e de forma mais relaxada, gosto mais das camellos da classe que tem poucos lugares entre duas portas.

Como já referi eu tinha anotado no telemóvel as paragens que o comboio ia fazendo até à Régua, pois apartir da Régua já só faltavam mais 3 paragens antes do Tua.

Cheguei à Régua e ouvi um homem a pedir ao revisor para esperar um pouco porque queria ir ao bar da estação comprar água para o filho bebé, passados 10 minutos ali parados, o revisor foi ao bar da estação chamar pelo homem e apanhou-o a beber 5 copos cheios de SuperBock e não ter nenhuma garrafa de água. Eles discutiram forte e feio e com o atraso de 10 minutos e chegada prevista ao Tua às 11h52, cheguei ao Tua às 12h05 e quando saí do comboio, saíram também mais de 50 turistas que foram almoçar ao Café/Restaurante Calça Curta (bem caro), mas como eu tinha mantimentos para comer e beber então continuei a gravar o meu vídeo e decidi ver o interior da estação.

No interior dela pode-se ver as memórias de como era antigamente o trabalho na ferrovia e várias fotografias da Linha do Tua.

Só aqui um ponto de situação. A Estação do Tua é uma estação da Linha do Douro e até 2008 foi também uma estação da Linha do Tua que tem nesta mesma o seu ponto quilométrico (Pk) 0 (zero) e ligava a Estação do Tua na Linha do Douro "e Linha do Tua" a Bragança até 1992, em 1992 o governo fechou o troço Mirandela - Bragança com o retirar o material circulante que estava na Estação de Bragança e esse dia ficou conhecido como o Dia do Roubo e apartir de 2000 foi planeada a contrução da Barragem de Foz Tua que ia afundar os primeiros 20kms da linha mas como a linha ainda estava aberta a circulação de comboios entre Tua e Mirandela, então foram adiando a construção até que chegou 2007 quando o nosso próprio governo (já farto de esperar por um motivo para fechar o troço Tua - Brunheda para construír a maldita barragem) começou a sabotar a linha do Tua mas para fazer parecer que tinha sido um acidente natural foram dizendo que eram os pedregulhos de granito se tinham dispendido da encosta e foram mandando pessoal para fazer a manutenção e em 2008 reabriram o troço e sabotaram mais 3x a Linha do Tua provocando acidentes sendo que o último provocou vítimas mortais e assim encerraram os primeiros 20kms de linha e lá apartir de 2013 começaram a construír a Barragem. (Parabéns senhores deputados, conseguiram separar as gentes de Trás-os-Montes do resto da rede ferroviária Nacional).

Desde então só deixaram os carris no primeiro Pk 1,460m para os turistas e os locais percorrerem a pé, mas nesse dia que lá fui ao Tua, também tinha em mente percorrer esse pequeno troço mas quando estava a ver o material circulante abandonado reparei que o acesso estava interdito, pois estavam a fazer obras na via para colocar as proteções laterais e/ou remover os carris da Ponte das Presas talvez, então depois de ver a outra parte do material circulante abandonado, fui ao Centro Interpretativo do Vale do Tua.

Cito desde já que todo o material circulante abandonado naquela estação andou na Linha do Tua.

No Centro Interpretativo do Vale do Tua (CIVT), colocaram-me numa sala a ver 2 filmes, 1 deles a mostrar toda a àrea que desapareceu debaixo de água por causa da barragem e um outro sobre o Vale do Tua onde mostra a vida quotidiana das pessoas que ali vivem, depois dos dois filmes que foi no total 50 minutos, lá o guia começou a guiar-me e começamos por uma imagem a retratar a chegada do comboio a Mirandela e depois sobre o Parque Natural do Vale do Tua e da sua Biodiversidade, depois passei para a parte sobre a Linha do Tua e depois a Barragem.

No fim da visita o guia disse-me que eu podia almoçar no Calça Curta ou num barzinho ali frente a Estação do lado da Linha do Tua.

Outro ponto de situação:

Calça Curta - Fica em frente à Estação do Tua mas do lado da Linha do Douro.

Outro estabelecimento - Fica em frente à Estação do Tua mas do lado da Linha do Tua.

Como ali só serviam Tapas "não gosto" perguntei se podia comer o que eu tinha e ficar ali, disseram-me que sim e também perguntei se ali havia acesso à internet, pois ali não havia rede da NOS e a rapariga que estava lá, ligou o modem da Vodafone e pude estar na internet.

Ao meio da tarde e sem nada para fazer voltei ao CIVT e voltei a ver o museu, queria ir até perto da barragem mas como o acesso estava interdito e depois de ter sabido que estavam 52º ali no Sudoeste de Carrazeda de Ansiães, então fiquei ao fresco.

Perto das 15h30 começou haver muito movimento na Estação, estavam a montar balcões e perguntei a rapariga do estabelecimento "do lado da Linha do Tua" e ela disse-me que nos dia que vem o comboio histórico havia sempre gente a montar balcões para vender produtos.

Antes disso tinha reparado que na estação estava um aviso sobre que o Comboio Histórico do Douro estava a ser tracionado com uma máquina diesel da série 1400, fiquei triste no momento, mas quando já passavam das 16h30 eu estava na 2º plataforma da estação com a camara a gravar até ao momento da chegada do comboio histórico e dois minutos após o aviso nas colunas da estação, ouvi um apito e soube que era da máquina a vapor que estaria naquele momento a passar no antigo apeadeiro São Mamede do Tua (já encerrado) e a chegar à ponte da Foz do Rio Tua e ao fim de mais uns 2 minutos lá estava ela, a máquina a vapor, gravação fantástica.

Tirei várias fotografias e filmei o interior das carruagens que datam o fim do Século XIX e a 1º metade do Século XX.

O Comboio Histórico do Douro sai todos os Verões da Estação da Régua até à Estação do Tua, oficialmente a paragem mais importante deste comboio é na Estação do Pinhão, mas como no Pinhão não há a rotunda (para virar a máquina ao contrário "para marchar no sentido oposto (ex. saír da Régua, chegar ao Pinhão e ali inverter o sentido da marcha (voltar à Régua))" e como a Estação do Pinhão não tem esse instrumento, então as viagens desse comboio foram prolongadas até ao Tua que tem esse instrumento.

Quando o comboio partiu de regresso à Régua ainda aproveitei para comprar lembranças nos balcões da estação e fui ao barzito comprar uma compota de morango.

Na viagem de regresso às 18h ou seja o último comboio do dia com ligação direta ao Porto, comi o resto que tinha e quando cheguei a casa eram quase 20h40 passei a mão no pescoço e caiu dali um gafanhoto que veio comigo desde o Tua. Como assim? Como é que vim encostado nos bancos do comboio e não senti nada?

Assim terminou a minha "aventura" ali no Alto-Douro, ficando prometido o meu regresso e a minha ida ao Pocinho, juntamente com a ideia em caminhar no primeiro Pk 1,460m da Linha do Tua entre a Estação do Tua e o local mais próximo da barragem, mas ainda conseguir tirar uma fotografia a algum material circulante abandonado da Linha do Corgo em plena Estação da Régua.

Vejam o vídeo desse dia e aviso que a duração é bem grande, pois queria filmar e partilhar o máximo de detalhes possível com vocês, removendo algumas partes que ficaram a mais.

Todas as fotografias estão abaixo do player do vídeo e deixo já um aviso que não são permitidos re-uploads das minhas fotografias sem a minha devida autorização, para pedir autorização enviar mensagem privada para facebook.com/tagenialptoficial, caso sejam colocadas em outros sites ou redes sociais sem autorização, o responsável pelo ato pode ser processado, pois contenho as fotos com as data do dia em que foram tiradas.