CAMINHADA PELA LINHA DO TUA



No passado Sábado dia 16 de Novembro, decidi fazer mais um passeio de comboio ao Alto-Douro.
Para esse dia, tinha planeado comprar um presente de Natal para os meus pais e não podia ser cá em Penafiel ou Lousada ou Paredes, caso contrário algum tio ou primo podia ver e ligar p'ros meus pais.

Além do lanche e de algumas revistas de turismo de Penafiel, não podia faltar na mochila o pé de camera e camera video/fotográfica.

8h00 embarco no comboio e bem que se estava lá dentro. Quentinho. Sentei-me num lugar à beira da janela que infelizmente estava suja mas dava para ver para o exterior e ao lado dos meus pés a boca de ar-condicionado. O meu primeiro destino foi Pocinho, pois queria atravessar a Ponte da Linha do Sabor, mas mais uma vez não o fiz. Não o fiz porque quando eu estava a chegar à ponte, senti um cheiro nauseabundo da fábrica que se encontra ao lado, ou seja, com o cheiro até perdi a vontade e ainda procuro a entidade para fazer queixa disso.

Ao meio-dia chego à Estação do Tua, de volta ao Vale do Tua. Visitei o Centro Interpretativo do Vale do Tua e o pessoal de lá ficou contente por voltar a ver-me lá pela 4º vez consecutiva e deixei lá duas revistas de turismo de Penafiel.

Na de almoçar fui ao Calça Curta, pedi a ementa e depois pedi meia dose de costeletas de vital que custa 10 euros e mais 1 euro e pouco com Pepsi "não havia coca cola normal". Comi pouco e ao pagar, paguei o preço de 2 doses e disseram-me que eu pago 2 doses e posso levar o resto da travessa e eu disse não, pago 10 mas disseram que são ordens da casa, o cliente pede meia dose, servem a meia dose, mas o cliente tem de pagar a dose completa. Ou seja, preço para turistas estrangeiros.

Voltei ao CIVT (Centro Interpretativo do Vale do Tua), eu e o pessoal de lá conversamos sobre Penafiel e Carrazeda de Ansiães e perto das 14h, saí e decidi caminhar pela Linha do Tua até à Barragem e gravar um vídeo com a caminhada completa, desde a ponta onde está a maior parte do material abandonado até à barragem, mas tive de começar o vídeo em frente à porta da estação, porque quando fui ao material um dos meus cordões desamarrou-se e ao amarrá-los alguma coisa ferrou-me nos dedos e até sangrei, o que me obrigou ir ao CIVT pedir um desinfectante.

Depois disso e de saber que ali não existem insetos venenosos, lá iniciei a minha caminhada mesmo no Km 0 da Linha do Tua.

Com a camera a gravar, foi-me dificil caminhar em silêncio enquanto que podia falar p'ra camera, mas preferi o silêncio e assim podia estar mais atento onde punha os pés durante os primeiro metros até habituar-me ao ritmo de andar entre as travessas da linha.

Ao longo dos primeiros 900 metros a linha está bem tratada e com pouca vegetação. A maior foi quando cheguei a uma curva onde por cima passa a estrada que liga Foz Tua (Castanheira - Carrazeda de Ansiães) a São Mamede do Tua (Alijó). A vegetação aí é densa mas dá para abrir algum caminho com todo o cuidado para não estragar a fauna e não pisar os cogumelos venenosos.

Demora-se 12 minutos a chegar a essa zona e 14 minutos até ficar ao nível da estrada. Eu continuei caminho por mais 200 metros, onde termina o trilho e à frente tem um portão com uma cerca a impedir o acesso à Ponte das Presas e Túnel do mesmo nome, mas dá para aceder ao Miradouro da Barragem de Foz-Tua. Ao todo foram quase 21 minutos de caminhada entre a Estação do Tua.

A caminhada completa pode ser visualizada neste vídeo:



Quando retomei a caminhada, agora no sentido inverso, gravei alguns clips para o Instagram e claro quando cheguei ao nível da estrada, decidi ir à Ponte Rodoviária, para gravar alguns clips com o foco na Ponte das Presas e Túnel das Presas da Linha do Tua, uma delas está no vídeo acima e o resto em um vlog que gravei a resumir esse dia e podem assisti-lo mais abaixo desde post.

De regresso à estação ainda tive tempo de visitar a Casa dos Cantoneiros, cheguei lá e a receção estava vazia e ouvi vozes, mas não sabia se podia subir ou descer as escadas até que decidi descer as escadas e as senhoras responsáveis pela Casa dos Cantoneiros disseram-me que não havia mal e tinham-me visto com a camera a ir para ponte e esperaram que eu voltasse e passasse ali mas como demorei decidiram arrumar algumas coisas.

Ali comprei o presente de Natal para os meus pais. 3 garrafas de vinho do Vale do Tua e até foi barato. 5€ por garrafa e ainda pude gravar algumas imagens lá e deixei a última revista de turismo de Penafiel que eu tinha na mochila e trouxe uma de turismo da Carrazeda de Ansiães.

Já a caminho da estação e com a mochila mais pesada, aguentei-me bem e continuei o vlog pela linha e expliquei como funciona o cantonamento telefónico, como uma pessoa pode caminhar em uma Linha de Caminho-de-Ferro abandonado, etc.

Fui uma última vez ao CIVT enquanto o comboio não chegava e tivemos mais conversa onde um dos responsáveis perguntou-me quanto tempo demora ir até perto da barragem pela linha, etc.

Gostei do dia e da viagem de ida, a viagem de regresso detestei-a.
De regresso vim num comboio "camello" mas daqueles que não tem compartimentos separados, da divisão das portas, ou seja, compartimentos longos e portas no meio e quando alguem abira a porta fosse entrar ou saír até os tomates de um gajo tilintavam com o frio que entrava.

Seja como for, quero voltar mais vezes ao Alto-Douro, especialmente Vale do Tua, pena não ter equipamento para atravessar a pé o túnel da Valeira porque a paisagem de um dos lados do túnel é deslumbrante ou então talvez saia em Vargela e vá até à zona dos 3 túneis, sei que geralmente não se pode andar a pé pela linha, mas como aquela parte da Linha do Douro só tem 5 circulações diárias em cada sentido até vale a pena arriscar um pouco.

O vídeo a resumir o dia pode ser visualizado neste vídeo:

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